quinta-feira, 19 de julho de 2012

É perigoso viajar para tal lugar?

Esta é uma pergunta que me fazem com freqüência, talvez por viajar muitas vezes sozinha e para fora do circuito Elizabeth Arden (mas,ainda assim, longe do circuito Gabe Britto!)
E aí me lembrei das aulas de biossegurança e da definição de risco. A biossegurança considera que as atividades de risco são aquelas que podem causar dano, doença ou morte. Há perigo, por exemplo, quando manipulamos determinados produtos biológicos ou químicos, porém, o risco do procedimento pode ser minimizado se tomarmos as precauções necessárias. Antes de realizarmos um procedimento devemos identificar os possíveis perigos, avaliar a exposição a este perigo e, por fim, caracterizar o risco.


Fazemos mais ou menos a mesma coisa quando começamos a planejar uma viagem: identificamos os possíveis perigos (por exemplo, vou para um lugar em que há confrontos freqüentes entre a polícia e o tráfico de drogas?), avaliamos a exposição ao perigo (ficarei hospedada em uma área em que isto é comum?) e caracterizamos o risco (baixo, médio, alto). Por fim, escolhemos o que fazer e, em caso do destino/atividade ser aprovado, as precauções que adotaremos. Esta decisão é pessoal e intransferível
Eu, por exemplo, nunquinha na vida subiria a escadaria que a Mari Campos enfrentou na Ilha de Santa Helena, não desceria, como o Riq Freire, no Insano e jamais mergulharia com tubarões como a Lúcia Malla! O máximo que fiz até agora foi caminhar até a base das Torres del Paine e viajar sozinha pelo Sudeste Asiático! No momento,  estou de malas prontas para visitar o Equador, mas não vou descer o Cotopaxi de bike...
Há sites como este do governo da Nova Zelândia e este do governo dos EUA que tentam definir os tipos de risco possíveis ao se viajar para um país. O site da Anistia Internacional também é uma boa fonte de consulta.O Gabe Britto deixou a indicação de mais um site nos comentários: o Come Back Alive (obrigada, Gabe!)
Enfim, viajar a lazer deveria ser uma atividade prazerosa e cada um escolhe o que está ou não com disposição de encarar. 
Ah, a resposta à pergunta? Depende de cada um!
Foto by Lu Malheiros

18 comentários:

  1. Hahaha! Adorei a menção! =)

    Via de regra, eu penso duas coisas:

    1) Eu vivo no Brasil, em geral o mundo é fichinha para mim.

    2) Na CNN é sempre pior. (Copyright: Ricardo Freire)

    E aqui vai mais um site para verificar a segurança dos lugares: http://comebackalive.com

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    1. Gabe,
      Obrigada pelo link do Come Back Alive! Eu já tinha visto ele em algum post seu, mas não lembrava o nome do site e não consegui achar o post. Já editei o texto.
      Acho que tudo depende do tipo de viajante. Tem gente que eu não sei por que viaja: volta sempre reclamando de tudo!
      Abs

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  2. Acho que vivemos tão aterrorizados aqui no Brasil (ao menos me sinto assim em Salvador), que quando viajamos queremos ver o diferente, mas sem ficar o tempo inteiro pensando que vamos ser violentados... As pequenas "situações" como o furto de uma bolsa (aconteceu comigo em Santiago), o recebimento de notas falsas (em Lima) são riscos que acabamos por correr e se tornam motivo de precaução e risadas depois.
    Amei o nome do site: comebackalive!

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    1. Nivia,
      Sim! Uma amiga minha que morou muitos anos em Viena dizia (não sei como estão as coisas agora) que reconhecia as brasileiras pelo modo de segurar a bolsa!
      Abs,

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  3. Eu concordo com ambas as observações do Gabe. Eu já moro fora do Brasil há mais de 20 anos, e, correndo o risco de apanhar, o único lugar em que sinto medo é quando estou no Brasil...

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    1. Marcie,
      Fique tranqüila: eu que sempre morei no Brasil, freqüentemente, me vejo com mais medo aqui do que em outros países! ;-)

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  4. "Circuito Elizabeth Arden" e "circuito Gabe Britto" são óooooootimas definições hahahaha :-)))) Pode gostar dos dois e transitar assim, digamos, na conjunção deles? Porque, como disse o Gabe, quem é escolado em Brasil dificilmente acha outros lugares genuinamente "perigosos", né? Pra nós, mulheres, o perigoso geralmente é confundido com o incômodo de fato. Segurança é fundamental em qualquer viagem, em qualquer destino, não importa o tipo do viajante - se "arriscar" fora da sua zona de conforto é ooooooutra história e aí, sim, reside pra mim a verdadeira aventura. Aliás, eu curto muito sair da minha zona de conforto em viagem mas, de jeito nenhum, consigo lidar com o "desconforto" quando viajo.

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    1. Mari,
      Gostou dos "circuitos"? Que bom! Sim, eu acho que dá para transitar pelos dois e pelo meio também ;-)
      Como a Dri Setti falou há pouco tempo em um post, o brasileiro se acha muito esperto e é aí que mora o perigo. Estar atento e sentir o clima do lugar é fundamental.
      Você tocou em um ponto importante: o "se arriscar na sua zona de conforto". Este é um exercício delicado e, para mim, aparece na hora de preparar a nécessaire. Tem gente que não abre mão de levar o SEU sabonete, o SEU desodorante e por aí vai. Não se arrisca nem nessas pequenas coisas, avalie no resto...

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    2. Você acabou de me descrever, no quesito nécessaire, Lu! Entro em pânico com qualquer coisa dela que eu esqueça. E como, infelizmente, com a idade, ela só tem aumentado de tamanho, imagine o stress!!!

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  5. Olha como são as coisas, Lu.
    Ontem, olhei para uma pilha de revistas velhas e uma me chamou a atenção. Era sobre "lugares proibidos". Peguei, passei os olhos e tive que vir aqui comentar de novo: agradeço a menção mais uma vez, mas circuito perigoso mesmo fazem aqueles caras que vão para Afeganistão, alguns lugares do Paquistão e coisas parecidas. Eu sou apenas um pré-aprendiz de aventureiro. Talvez, um dia, eu vá. Mas, por enquanto, sou apenas isso. =)

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    1. Gabe,
      Eu não acho que os "seus circuitos" sejam perigosos, foi só um modo de falar. Me parece que algumas pessoas acham normal quando você diz que vai para Roma, Paris, Londres ou Washington (o tal circuito Elizabeth Arden), mas se você sai um pouco fora desse esquema e diz que vai para um país "desconhecido" elas imediatamente associam desconhecido = perigoso. E,veja, eu acho muito mais provável ter a minha carteira roubada me Roma do que em Bangkok!
      Até pouco tempo atrás quando se falava em Lima as pessoas torciam a cara. Hoje, está na moda...

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  6. Adorei o post e estava justamente mostrando para uma amiga que acha meio doido quando eu falo que quero conhecer Laos, Camboja, Tailândia e afins... Entrei no seu blog para mostrar exatamente que você havia ido sozinha a lugares como estes e encontrei este post! Ótimo!!

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    1. Carolina,
      Que bom! Será que a sua amiga não se anima a ir com você? :-)
      Bjs

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  7. Lu, sua comparação com a biossegurança é perfeita. É bem por aí que a gente avalia um destino, mesmo. E medo é extremamente relativo. (Me lembrei de um post que escrevi pro dia mundial da diabetes em que questionava alguns desses perigos.)

    E obrigada pela menção! Sempre uma honra aparecer aqui. :)

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    1. Lucia,
      Que bom te ver aqui!
      Sim, medo é relativo. Cada um tem lá as suas fobias!
      Bjs,

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